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Educação e espaço – Parte 1

vor 8 Jahren
Lesezeit: 4 Minuten
von Barbara Zimmermann
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(Texto antigo da época das minhas investigações sobre outras culturas de aprendizagem.)

Que tal uma escola à la “A casa” de Vinícius de Moraes?

Uma escola muito engraçada, sem teto e sem paredes, mas claro, feita com muito esmero!

A noção de espaço que temos influencia o nosso dia-a-dia de muitas formas, até no jeito de aprender e fazer escola. A maneira como o espaço escolar é criado e estruturado, dimensiona o processo de aprendizagem e também o que será aprendido.

Quando um grupo de pessoas deseja fundar uma escola ou um jardim de infância, uma das condições é ter uma sede, geralmente uma casa. Sei muito bem como é isso, pois há 3 anos estava com um grupo de professores Waldorf tentando fundar uma escola Waldorf intercultural num bairro de imigrantes em Dortmund aqui na Alemanha. Por falta de um casa/prédio apropriado dentro das expectativas do governo, o projeto na foi aprovado.

Mas quem disse que uma escola deve se situar num casa ou prédio, onde cada turma frequenta uma sala diferente? – geralmente uma caixinha de fósforo com 4 paredes. Esse modelo impera atualmente em quase todas escolas do mundo. Porém muitos professores já estão conscientes de que uma outra contuda e visão sobre a criação e construção da escola enquanto espaço físico é necessária. Com isso é tirado da escola o monopólio do processo de aprendizado e este passa a ser aberto às diferentes esferas da vida comunitária. As experiências fora dos muros escolares passaram a ser reconhecidas e valorizadas. Um aprender mais orgânico e com sentido (nos diferentes sentidos dessa expressão) pode ser realizado tanto na natureza quanto na cidade em comparação com o uso restrito de livros na jornada escolar. Além disso, cooperações com diferentes instituições e atores que também fazem parte do dia-a-dia da criança ou de qualquer cidadão, mostram que a escola abriu suas portas para um saber vivo, com relação à realidade dos alunos e professores.

Você já imaginou o seu bairro como sala de aula? Ou a cidade toda? Ou mais ainda: o mundo! A idéia não é nada nova, mas os exemplos de ousadia ainda não são tão famosos. Uma amiga minha, ao fazer o caminho de Santiago da Compostela no ano passado conheceu crianças coreanas na faixa dos 9 anos que viajavam com alguns professores. Eles viajaram por 1 ano e por diferentes países. Imagina a experiência dessas crianças e professores! Na internet existem alguns vídeos sobre essa experiência. Na maioria deles, as crianças fazem uma apresentação de percursão – Linda por sinal!

http://www.youtube.com/watch?v=Xg6jdaTUS3M

http://lolawestwood.wordpress.com/2011/06/10/korean-travelling-school/

Mas o que uma viagem dessa pode proporcionar para o desenvolvimento das crianças? – e também dos professores, não devemos esquecer que professor também é gente e que também aprende. Além de conhecer outras culturas, costumes, paisagens, de estarem emergidos em diferentes espaços sonoros e de linguagem, eles têm a oportunidade de viver por um tempo intenso num grupo, o que no dia-a-dia escolar é geralmente criado de forma artificial. A vida em comunidade, a partilha e a companhia constante de pessoas, não faz mais parte do dia-a-dia de muitos de nós nos dias de hoje, onde a televisão, o computador ou mesmo o trabalho se tornam em muitos casos nossos íntimos companheiros.

Todos nós ja viajamos, uns mais longe que os outros, mas um passeio até a esquina pode trazer milhares de impressões e descobertas. O entusiasmo e a curiosidade são duas jóias preciosíssimas que nos são dadas quando nascemos. Com essas qualidades nós agimos no mundo, desenvolvemos interesses, ligação e conexão com o mundo ao nosso redor. Um professor que tem seus alunos como foco de interesse, suas fases de desenvolvimento e indiviadualidades, sabe como fazer essas jóias brilharem! A alegria no processo de aprendizado e as constantes descobertas estão presentes na sua pedagogia.

Esse exemplo das crianças coreanas é inspirador! Mas existem também outras possibilidades de levar os pequenos turistas numa viagem de imensos achados.

Que tal um projeto com alunos da 7 série junto com a secretaria de urbanismo da prefeitura e com estudantes de arquitetura e urbanismo e de design? O objetivo? Projetar a cidade em que eles sonham viver quando atingirem seus 50 anos por exemplo. Ou sugerir melhorias para o transporte público, coleta de lixo etc. A interdisciplinariedade é o mote do projeto!

Ou como seria brincar de detetive junto com policiais de verdade, advogados, imprensa… e observar de perto como eles trabalham?

O dia-a-dia nos traz diferentes perspectivas e experiências. Que tal fazer disso um lema para a cri-Ação da prática escolar?

Porque uma outra escola é possível – e urgente!

Outro link interessante: http://www.schuleunterwegs.de/ (em alemão)

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Próximo texto: Educação e espaço (2): o papel da construção dos ambientes escolares (construção no sentido de edificação) no desenvolvimento dos sentidos. Onde foram parar as árvores dos pátios escolares? Existe diferença entre um brinquedo de plástico e um de madeira?